às vezes consigo furar uma certa
solidão que exacerba e seduz,
e de onde vem a tal tendência
suicida das artes gritantes.
e aí fujo a uma explanada de areia
e deixo o vento salgado corroer-me
as partes internas do corpo,
solto a ausência de matéria
nas ondas de espuma, enquanto
repouso prolongadamente o café
no paladar sedento. e isso chega.
furo a onda no olhar esguio, e o travo ainda estimula a glandula sublingual.
.
.
na convicção de andares perto,
esperneio uma outra forma
de chegar mais a cima.
e chego.