porque por vezes também em mim
o amor se desencontra compulsivamente,
e porque também em mim existem
casualidades inexplicáveis, é por tudo isso
e mais todo o resto de que sou feito,
que me é impossível conter certas crises
inexplicáveis de extremos.
(...)
mas em vez da lágrima,
há o vómito.
em vez da flôr, há a escrita
e as outras artes.
em vez de uma visão
extritamente cinemática,
há uma visão cinemática
mas evidentemente parcial.
.
(...)
.
faço os filmes, mas no essêncial,
é na terra dura que os adorno.
.
.
é como no cinema. apagam-se
as luzes, e eu deixo-me levar
para dentro de mim, para depois
com mais tempo retocar arestas.
22 comentários:
...a chamada de descida aos infernos pode trazer a mais bela flor e única também de dentro do nosso próprio abismo...
:)
A arte sempre permeando nossos sentimentos, nos despertando verddades da nossa realidade, mais real do que às vezes a desejamos...
Abismo, sentimentos, flores, confusões, palavras, enfim mais uma vez sentimentos...e a luz se apaga e nos refugiamos no abismo de nossas incertezas, do que acreditamos, na saudades de outras obras, na saudade de outros momentos...
De fato não sei o que dizer, pois não sei o que senti, ou será que estou o tempo todo ciente de meus sentimentos infames...Meu Deus, mas que nó na minha cabeça...
Desculpa esse post me fez viajar longe, muito longe, num abismo que não sei como identificar..na verdade desabafei.
Beijos e te cuida...
su: é aí que exorcizamos...
Francieli Rebelatto: fizes-te bem. assim, faz ainda mais sentido ter escrito o post.
eu percebo. é a dor de nos esmiuçar-mos. dói mas faz-nos crescer.
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um beijo repartido...
Sim dói....
..
.......
.
um dia..ou um momento.. em vez do vómito ou da lágrima.. há um olhar, uma agitação boa e.. um sorriso satisfeito..............
....I have no words...
...gostei especialmente do fim:
" como no cinema. apagam-se as luzes, e eu deixo-me levar para dentro de mim, para depois com mais tempo retocar arestas."
bonito!
abraço
Olá Tiago!
Gostei muito deste post. Tem muita verdade, carne e osso. Vísceras também.
Engraçado li "Magnólia", relembrei o filme, concordei, mas as palavras que o meu cérebro repetiu foram "Blade Runner"...terá sido por causa daquela espécie de origami que aparece na foto final?
Abraço
...sim,tens razão...porque todo o acto de escrita, de expressão plástica, artística é um acto de exorcismo do que está dentro de nós...
O Horrível e o Belo andam de mãos dadas...e às vezes não se sabe onde começa um e acaba o outro...parece até que estou a falar do Barroco!
Outro beijo.
Só para acrescentar que a imagem que ia colocar no tópico da Teia de hoje era a que tu tens como primeira imagem do teu tópico...depeois lembrei-me que a tinha visto em algum lado! ; ) Reconsiderei e coloquei outra! Para não ser "copiona"! ; )
Outro beijo!
a arte sempre foi o espelho do mais profundo que há dentro de nós.
... a transferencia...
beijo grande.
vi a foto, se gostas... vmos a isso :)
Não sei se serve de consolo, mas por vezes também em mim
o amor se desencontra compulsivamente e também em mim existem casualidades inexplicáveis.
E o que faço? Sem chôro e sem vômito. Não me refugio dentro de mim, mas abandono-me para me reencontrar mais forte do que antes...
E para completar, adoro magnólias; flores belíssimas e macias como a pele...
Bjs e cá!!
A caminho da perfeição? (i have words, sometimes, but i always have a feeling)
Na terra, a perfeição só é possível para o alvin straight e seus compinchas. Tudo o que nos faz pensar se afasta do belo. (é claro que isto é questionável, porque talvez o belo só o seja por contraste.) É um mundo contrastado, contraditório, e, no fundo, lúdico! Salve-se quem puder, salve-se quem queira, morram todos os outros! Morram, pim. Tá oficialmente aberta a caça às aves!
(não se esqueçam dos guarda-chuvas...)
......estranha pessoa esta: a dor como remédio.
....passarola: é assim mesmo que acontece. e no mesmo ciclo rotativo, o contrário.
.....luisa freire: desaprendeste-as?
......little_blue_sheep: viva a palavra a pintar retalhos mais ou menos fantasiados.
........antonior: talvez seja, mas sou apenas um leigo. vou tentar retê-lo.
.....su: então que o barroco volte, e que isso implique maior dualidade.
........bad lolita:a transferência da arte sobre o espelho profundo de nós. quanto à foto, vou vendo outras. viste?
E o que faço? Sem chôro e sem vômito. Não me refugio dentro de mim, mas abandono-me para me reencontrar mais forte do que antes...
.......fernanda: claro que serve. é sempre bom não nos acharmos sosinhos na caminhada imprevisível. "abandonar de forma a vir mais forte"
.......chamsun:
“Uma História Simples” - mais um em falta! já o sapo. pim. e por via das dúvidas, buscamos o belo e fazemos(nos)pensar. como estás tu velho chumsun?
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alimento-me(tanto)de vocês...
Não tenho link de blogs intimistas, mas este merece ser referido. Tens o dom de fazer com que as palavras gritem sentimentos e estados de alma. Na maioria de nós elas ficam aprisionadas no pensar e no sentir e quando saem tropeçam na lingua. Obrigado por partilhares e também por traduzires sentimentos.
(P.S. Postei mais abaixo (Avante) e adicionei-te no meu cantinho contestatário)
simplesmente genial a tua expressão em digressão,a tua exposição em palavras com movimento,o teu mágico alento... Perfeito filme em seguimento :)
adorei o teu blog! Guarda um abraço e uma continuação de boa arte :)
Nuno
Se vim ao mundo, foi só para desflorar florestas virgens....e desenhar meus próprios pés na areia inexplorada.!
excelente post...
fragmentário e contínuo...
desconstruído
abraço
Frémito...
de uma sensibilidade arrepiante.
Já experimentaste estar num Teatro completamente vazio de luzes apagadas? A mim parece-me que conheces a sensação...Assustadora, mas pacifica... Uma descida ao fundo de nós, sem a tentação do brilho que nos desvia o olhar do essencial...
Gostei muito deste post...especialmente desta ultima parte ;)
Um beijinho para ti!
Linda semana pra vc!!
Bjs de cá... e até mais!!
gisela: sái também num grito a camaradagem do abraço, e o obrigado.
dreams: não há como resistir.
thinker: sê bem vindo a este burgo de movimentos.
paulo sempre: subscrevo na totalidade essa mesma necessidade de explorar "florestas virgens".
intruso: e o fragmento continuará a ser desconstruído.
a.: um outro espasmo, e o contentamento de arrepiar no retorno.
magia: "Uma descida ao fundo de nós, sem a tentação do brilho que nos desvia o olhar do essencial..."
- e há uma fome de lá voltar mas sempre mais dentro e fundo...
fernanda: sinto-te sempre perto.
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quero que saibam que podem voltar sempre que quiserem, talvez embrulhados num whiskey de malte e um cigarro a gosto, ou mesmo sem ele. o beijo e o abraço...
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